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Perdão

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“Cada pessoa é única e exclusiva e, ao se conscientizar do seu valor e de sua capacidade de realizações, uma energia positiva invade seu corpo, sua mente e seu espírito. A beleza do ser humano está no corpo bem cuidado e na mente arejada, mas o mais belo do homem repousa no dom de perdoar a si mesmo e aos outros.

O perdão é o bilhete de ingresso para a assertividade. Perdoar é ser assertivo. Ser assertivo é uma conquista do eu ao se firmar, primeiramente, perante si mesmo. O equilíbrio do EU será autossustentável se a mente estiver limpa de máscaras e disfarces de culpas da não perfeição. A assertividade se sustenta no seu perdão.

Perdoar é enxergar, sem miopia, o som e o colorido da vida que vibra dentro de seu corpo e de sua mente, compreendendo e aceitando que alguns pontos, que parecem desafinados e descoloridos, fazem de você um ser diferente e singular. Ser assertivo é olhar para dentro de si e perdoar-se por não ser perfeito”. (Martins, Vera, 2017)

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Quando pensamos em perdão, temos a tendência a visualizá-lo como um evento a nível emocional somente. Aqui precisamos compreender duas coisas:

A primeira é que o perdão é um processo de mudança e não um evento. É um processo de redução das emoções, motivações e cognições negativas baseadas no ressentimento (Worthington, 2005), citado por (Rashid & Seligman, 2019).

Portanto, o perdão requer que a pessoa tome uma decisão consciente no sentido de modificar sua relação com o passado, de um passado destrutivo 

para um construtivo. É necessário evocar sentimentos nobres de afetos positivos e isso somente será possível se o seu sistema emocional estiver alinhado com o sistema cognitivo de tomada de decisões.

A gente não está lidando somente com os aspectos emocionais negativos envolvidos, mas também com cognições igualmente negativas. Cognições negativas significa discernir de forma negativa. Em vista disso, fica difícil você conseguir eliminar sentimentos negativos sem um raciocínio, uma compreensão lógica, sem um processo mental de percepção de si mesmo e do outro.

Nossas reações perante a vida não acontecem em função apenas dos estímulos ou dos acontecimentos exteriores, mas também e sobretudo de como percebemos e julgamos interiormente esses mesmos estímulos e acontecimentos. Em verdade, captamos a realidade dos fatos com nossas mais íntimas percepções, desencadeando, consequentemente, peculiares emoções, que serão as bases de nossas condutas e reações comportamentais no futuro.

Segunda: É necessário a gente superar nossos rancores e nos permitir sair do papel de vítima para poder seguir livremente nossa trajetória de vida.

Acontece que o acúmulo de rancores é um processo emocional contínuo e geralmente complicado, marcado por ressentimentos, hostilidades, vingança, raiva residual e medo que nos remete a uma permanente condição de luta e fuga.

Toda e qualquer postura que assumimos na vida se prende à maneira de como olhamos o mundo fora e dentro de nós. Esse olhar pode nos levar a uma sensação íntima de realização ou de frustração, de bem-estar ou de dor, de perdão ou de punição, de acordo com o fluxo do desenvolvimento emocional modelado na intimidade de nosso psiquismo.

Temos, então que a nossa forma de avaliar e de reagir (agir) e as atitudes que tomamos em relação aos outros, conceituando-os como bons ou maus, é determinada por um sistema de autocensura que se encontra estruturado em nossos "níveis de consciência" mais profundos.

Fazem parte desse fluxo quatro sistemas básicos: crenças – herdadas e construídas ao longo da vida, convicções – responsáveis pela sensação de certeza sobre o que se acredita e faz, padrões de comportamento – onde são determinadas a lógica e as regras de como se fazer, agir e pensar e por ter uma conformação definida, sempre se repete diante de situações semelhantes e hábitos – construções que permite fazer as coisas acontecerem com pouco ou nenhum pensamento consciente.

consciência crÍtica - nosso código de ética interno

Um nível de consciência crítica é formada sobre as bases de conceitos que acumulamos ao longo da vida, de forma sutil e quase inconsciente, no contato com informações, ordens, histórias, superstições, tabus, preconceitos e tradições assimiladas dos nossos pais, educadores e pessoas com quem convivemos em longos períodos de nossa vida. Portanto, esse "código de ética interno", nem sempre condiz com a realidade perfeita das coisas como também pode não representar nossa mais pura essência.

Através desse código de ética interno que julgamos e catalogamos nossos feitos, ora censurando ora aprovando, nos influencia a agir do mesmo modo que os adultos agiram sobre nós quando criança. Éramos punidos, quando não nos comportávamos da maneira como aprendemos a ser justos e corretos; ou dando toda uma sensação de aprovação e reconforto, quando agíamos dentro das propostas que assimilamos como sendo certas e decentes.

​​Se padrões muito severo de censura ou violência foram estabelecidos por pais perfeccionistas à criança, ou se lhe foi imposto um senso de justiça implacável, entre regulamentos disciplinadores e rígidos, por exemplo, provavelmente ela se tornará um adulto inflexível e irredutível para com os outros e para consigo mesmo.

Emily Esfahani Smith, autora de The Power of Meaning

Disponível em https://www.centreforoptimism.com/Optimism-and-Resilience

Perdoar é se perdoar em primeiro lugar

Muito se fala sobre a necessidade de perdoar os outros, porém o autoperdão parece ser um princípio subestimado. Perdoar é uma competência, uma Força de Caráter que devemos usar para lidar com as nossas memórias negativas, feridas emocionais e mágoas. É um processo interno que nos impede cair na armadilha da ruminação, do ódio ou mesmo do vitimismo. Isso tem a ver com se perdoar em primeiro lugar. Significa romper os elos da corrente que nos prende àquele que, de alguma forma, nos prejudicou física ou emocionalmente. Envolve também perdoar a si mesmo pelos erros que cometeu ou mau que causou a alguém.

Perdoar a si mesmo talvez seja um dos maiores desafios do ser humano. A falta do perdão nos deixa estagnados, presos ao passado, ruminando afetos e comportamentos negativos. A prática do perdão abdica do ressentimento da experiência negativa e escolhe se libertar do sofrimento que esse ressentimento causa, substituindo-o por atitudes e sentimentos positivos.

O autoperdão requer aprender com a experiência e crescer como pessoa. Escolher perdoar pessoas, circunstâncias e a nós mesmos é uma daquelas decisões que podem nos definir e nos capacitar para nos tornarmos uma versão melhor de nós mesmos.

A importância do perdão no relacionamento conjugal

Quantos relacionamentos são desfeitos por falta de perdão e reconciliação? Quantos relacionamentos conflituosos perduram sob mágoas, ressentimentos e retaliações por que a reconciliação não veio acompanhada do perdão?

O perdão nos relacionamentos significa mudar seus pensamentos, sentimentos, desejos e ações em relação ao seu par. Com a prática do amor-próprio, você tem a capacidade de liberar a raiva, a mágoa e a frustração. Quanto mais você assume a responsabilidade por sua própria felicidade, mais fortalecido você se torna em sua vida. Quanto mais fortalecido você se torna, mais fácil é abandonar as ofensas do passado e seguir em frente.

Mas isso não significa aprovar comportamentos negativos e impróprios - tanto seus como da outra pessoa. Abuso, violência, agressão, traição e desonestidade são algumas coisas que podem ser completamente inaceitáveis. Você pode sentir que uma ação firme e decidida é necessária para impedir que aquele comportamento se repita.

Da mesma forma, perdoar não é manter uma atitude de superioridade ou de se achar melhor do que o seu par. Se você perdoa alguém porque tem pena ou porque o acha tolo ou estúpido, você confundiu perdão com arrogância e está agindo como um juiz...

O perdão diz respeito à pessoa que perdoa. O perdão dentro de você permite a reconciliação dentro de você, o que, por sua vez, permite o perdão para os outros e pode levar à reconciliação.

Perdoar, portanto, significa que você está aprendendo a aumentar sua força, a desenvolver uma maneira de navegar sem medo e dor emocional. Em todas as situações em que o perdão é necessário, há uma lição - reserve um tempo para aprender a lição.

A capacidade de perdoar e buscar perdão contribui significativamente para a satisfação conjugal e costuma ser considerada um dos fatores mais importantes que afetam a longevidade do relacionamento.

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